sábado, 24 de março de 2012

O Plano Missionário de Deus



Entre os fatos narrados na Bíblia que nos impressionam bastante, estão aqueles que falam de pessoas que puseram à disposição de Deus o que tinha de mais precioso. Algumas entregaram tudo o que tinham. Abraão, por exemplo, dispôs-se a sacrificar seu único e tão esperado filho Isaque. A viúva pobre entregou suas últimas moedas, depositando-as no cofre do templo. Um menino entregou cinco pães e dois peixes. No entanto, muito mais do que qualquer deles fez o próprio Deus, que entregou o seu único Filho para ser o Salvador do mundo. Nesse ato de entrega total, incondicional, tem início a história de Missões. "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." (João 3:16). Aí está bem definida a missão de Cristo: morrer para dar vida. Aí está bem caracterizado o espírito missionário de Deus - AMOU e DEU.

O plano missionário de Deus começa no Gênesis. Tem sua origem e explicação na triste história do Jardim do Éden. Deus criou tudo tão lindo, tão puro e tão perfeito! Inclusive o homem, coroa da sua criação. Mas o Diabo, encarnado em uma serpente maldosa e astuta, iludiu o ser humano, levando-o a desobedecer o Criador e a distanciar-se dele. Deus entristeceu-se e decepcionou-se com a sua criatura. E puniu o homem com merecidos castigos - as dores de parto para a mulher, dificuldades de subsistência e trabalhos pesados para o homem, e a expulsão definitiva de ambos do Paraíso, o que significou separação de Deus.
No entanto, apesar dos castigos, Deus sentiu imensurável amor e compaixão pela criatura caída e, junto com o castigo, prometeu-lhe o perdão. Esse perdão seria manifestado na pessoa de alguém que viria para esmagar a cabeça da serpente.
Desde esses fatos, o povo de Israel passou a viver na expectativa do cumprimento da promessa. As gerações se iam sucedendo, os anos correndo e o povo esperando. Deus incluiu os profetas em seu plano missionário. Eles anunciavam: "... eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho " (Isaías 7:14); " E tu, Belém... de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade." (Miquéias 5:2).
O plano missionário de Deus incluiu também figuras metafóricas, isto é, fatos e pessoas que ilustravam a vinda e o sacrifício remidor de Jesus. Assim, a serpente de metal no deserto era a figura da cruz no Calvário, de onde vem vida por um olhar. A morte dos primogênitos no Egito, a libertação pelo sangue nas portas, representam o livramento que temos pelo sangue do Cordeiro Jesus.
O plano missionário de Deus incluía o derramamento de sangue - sangue inocente, de um cordeiro imaculado. Um único foi achado digno de ser esse cordeiro - seu Filho Unigênito. E foi assim que o plano missionário de Deus se cumpriu - com a vinda de Jesus Cristo a este mundo.
Deus, em seu plano missionário, estabeleceu como objetivo específico a recuperação do homem que se havia perdido. O próprio Jesus declarou isso: " Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o perdido." (Lucas 19:10).
No entanto, o cumprimento do plano divino resultou em muitas outras bênçãos para o mundo e para a humanidade: A vinda e a vida de Jesus Cristo marcaram época na história. Com Cristo, deu-se a divisão das eras - Antes de Cristo e Depois de Cristo. Com Jesus Cristo, iniciou-se o maior e mais convincente dos movimentos religiosos de todos os tempos - o Cristianismo.
O plano missionário de Deus envolveu não apenas a salvação do homem, mas o seu crescimento através das lições faladas e vividas que o missionário Jesus entregou. A primeira lição foi de humildade e amor. Desde o seu nascimento, Jesus evidenciou as características de verdadeiro missionário.
Seu curto ministério terreno atendeu plenamente ao plano missionário que Deus traçara para Ele - seus atos repassados de bondade; seu coração cheio de compaixão por quantos precisavam de sua ajuda; sua humildade e serviço demonstrados em gestos mais do que por palavras. "... o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.". (Marcos 10:45).
O que mais nos deve impressionar é que Jesus nunca perdeu de vista o plano missionário de seu Pai, do qual Ele era o principal agente. Mesmo em hora de extrema agonia, quando já pressentia as dores da cruz, orando, Jesus dizia: "... contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua." (Lucas 22:42).
O plano missionário de Deus não se encerrou com Jesus. Ele prossegue ainda hoje através dos seus seguidores. Jesus, o primeiro missionário deixou exemplos e ordens para que o plano prosseguisse.
Assim é que ele continuou com os apóstolos, com Paulo, Silas, Timóteo... nos primórdios do cristianismo.
Em nossos dias, ainda o plano vai prosseguindo, executado por vidas dedicadas de quantos estão obedecendo a ordem divina de ir e pregar anunciando a missão de Cristo.
O plano missionário de Deus trouxe, para a vida da humanidade um resultado muito especial - a valorização da mulher na sociedade.
Quando se fala tanto em libertação da mulher, em movimentos feministas pela igualdade da mulher, concluímos que eles estão atrasados. A verdadeira libertação e elevação da mulher já aconteceu há quase dois mil anos, quando " vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher..." (Gálatas 4:4).
A igualdade de mulher se dá no momento que ela também se torna filha de Deus pela fé em Jesus Cristo, porque "Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus." (Gálatas 3:28).
Conhecemos muito bem o poder transcendental, a soberania, a capacidade de Deus para trazer seu Filho ao mundo de muitas outras maneiras. O seu plano missionário poderia se concretizar através de uma outra estratégia, atingindo o mesmo objetivo pleno de salvação do homem. Foi a mulher quem primeiro desobedeceu o Criador. E isto a desvalorizou não só aos olhos de Deus, como diante dos homens. Por isso, aprouve ao Senhor levantar a moral da mulher, fazer crescer o seu valor.
No momento em que Maria foi escolhida por Deus para ser a mãe do Salvador, a mulher voltou ao seu papel inicial - ser bênção. Isto aconteceu porque Maria se dispôs a cooperar com o plano missionário de Deus, dizendo: "Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra." (Lucas 1:38).
Ainda hoje Deus continua precisando e usando mulheres que dêem continuidade ao seu plano. Muitas mulheres estão engrandecendo ao Senhor e exultando em Deus como Salvador. Muitas estão servindo a Jesus com seus bens, saindo e anunciando o evangelho do reino de Deus.
Se Deus deu a mulher o privilégio de dar à luz o Salvador do mundo, deu-lhe também e à sua família, a responsabilidade de criá-lo e educá-lo. Entregando Jesus aos cuidados de Maria e José, Deus estava, conscientemente, dizendo a todos do valor e importância da família.
O lar é necessidade primordial de todo o ser animal, não só do homem. Os pássaros constróem seus ninhos; as raposas têm seus covis, no dizer de Jesus; as feras arranjam suas cavernas. O homem precisa viver em família.
Por isso, Deus, que instituíra a família, confirma a sua importância ao providenciar que o seu Filho vivesse em família aqui no mundo. E, conquanto a Bíblia não narre com muitos detalhes a época em que Jesus viveu quando criança, dá bem a perceber que a família de Jesus deu conta de todas as suas funções de procriação, sustento, afeto, educação e transmissão da fé.
A Bíblia fala da família de Jesus como uma família completa, onde havia pai (terrestre), mãe e irmãos. (compare I Coríntios 9:5; veja Mateus 13-55 e Gálatas 1:19.)
Quando a Bíblia fala de José como carpinteiro, passa-nos a ideia de que com tal profissão ele sustentava a sua família. Na preocupação e ansiosa busca dos pais quando Jesus se deixou ficar no templo com os doutores, pode-se perceber o amor e afeto que uniam os membros da família. A fé e o conhecimento de Deus foram passados dos pais para os filhos no lar de Nazaré, quando juntos iam ao templo, participando das festas e solenidades de sua religião.
Além disso, a Bíblia deixa claro o relacionamento entre pais e filhos no lar de Jesus: "E desceu com eles para Nazaré; e era-lhes submisso. Sua mãe, porém, guardava todas estas coisas no coração. E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens" (Lucas  2:51-52).
O plano missionário de Deus incluiu a valorização e salvação da família. "Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa." (Atos 16:31), responderam Paulo e Silas ao carcereiro de Fiíipos. E quando da conversão de Zaqueu, Jesus disse: "...Hoje, houve salvação nesta casa “(Lucas  19:9).
A vinda de Jesus ao mundo não foi um acontecimento casual. Antes foi o cumprimento de um plano missionário que nasceu, cresceu e concretizou-se no coração de Deus.
Nasceu no coração de Deus, no momento em que Ele, como Pai amoroso, compadeceu-se de seus filhos castigados e destituídos da sua glória.
Cresceu no coração de Deus, durante todo o processo de preparação da humanidade para receber o Salvador prometido no Éden. Quanto mais o povo se distanciava, e pecava, e entristecia o seu coração, tanto mais o amor de Deus crescia e o perdão se manifestava na renovação repetida do pacto.
Concretizou-se no coração de Deus, no momento em que Jesus veio ao mundo para cumprir a sua missão salvadora.
O plano missionário de Deus inclui todo aquele que nele crer. Inclui a mim e a você. Inclui a minha e a sua família. Inclui a todos nós, cristãos, objeto especial do seu amor. Cristo cumpriu plenamente a sua missão nesse plano.
E nós?
Estamos cumprindo a nossa?
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