sexta-feira, 25 de maio de 2012

AMIGOS E AMIGOS


Amigos e amigos
“Sucedeu que, acabando Davi de falar com Saul, a alma de Jônatas se ligou com a de Davi; e Jônatas o amou como à sua própria alma. Saul, naquele dia o tomou e não lhe permitiu que tornasse para casa de seu pai. Jônatas e Davi fizeram aliança; porque Jônatas o amava como à sua própria alma. Despojou-se Jônatas da capa que vestia e a deu a Davi, como também a armadura, inclusive a espada, o arco e o cinto. Saía Davi aonde quer que Saul o enviava e se conduzia com prudência; de modo que Saul o pôs sobre tropas do seu exército, e era ele benquisto de todo o povo e até dos próprios servos de Saul”. (1º Sm. 18:1-6)
Os amigos procuram superar as dificuldades do relacionamento
Na nossa Bíblia, os amigos se amam até à morte e os inimigos se odeiam também até à morte. Tudo nu e cru, como a vida é, na beleza e na feiúra. Hoje, a palavra amar ficou praticamente reservada ao relacionamento homem-mulher. Na Bíblia, um homem pode amar o outro, sem que isto tenha qualquer sentido sexual.
Também as expressões de ódio não ficam apenas nas palavras de xingamento. Geralmente, os inimigos se matam.
A Bíblia também fala de falsos amigos. Parecem amigos, mas não são. Também não chegam a ser inimigos.
Os inimigos
Os poemas do livro dos Salmos estão cheios de orações de seus autores a Deus para que os livrasse dos inimigos. Um desses poetas experimentou uma situação terrível: “Tornei-me opróbrio para todos os meus adversários, espanto para os meus vizinhos e horror para os meus conhecidos; os que me vêem na rua fogem de mim. Estou esquecido no coração deles, como morto; sou como vaso quebrado. Pois tenho ouvido a murmuração de muitos, terror por todos os lados; conspirando contra mim, tramam tirar-me a vida”. (Sl. 31:11-13)
Davi passou por uma experiência terrível. O seu relacionamento com Saul pode nos ensinar muito.
Saul era o rei de Israel, mas começou a fazer o que não agradava a Deus. Por isto, sofreu um “impeachment”. Em seu lugar, Samuel, por ordem de Deus, nomeou Davi.
Saul não gostou e achou que Davi armou a sua demissão. Embora não fosse verdade, Saul tomou Davi como seu inimigo e tramou a sua morte. De várias maneiras, tentou executar o ex-amigo, mas não conseguiu.
As histórias estão registradas entre 1º Samuel 12 e 2º Samuel 2.
Estes textos também mostram que Davi teve várias oportunidades de assassinar Saul, mas se recusou a fazê-lo.
A vida de Saul esteve em suas mãos, mas Davi só deixou avisos de que poderia tê-lo matado.
É possível aprender muito com esta inimizade. Muito tempo antes de Cristo, Davi nos ensina como tratar os inimigos.
Os falsos amigos
Há ainda uma situação que nos pode ser muito útil.
É a história de Jó e seus amigos. O destaque vai não porque fossem inimigos. Eram amigos, mas não tiveram a sensibilidade de ouvir na hora de ouvir e de falar somente na hora certa.
Além disso, cometeram o pior dos erros num relacionamento: eles se apressaram em julgar o comportamento de Jó. Foram amigos porque não se ocuparam em ouvir o lado de Jó. Antes, ficaram cheios de si e atolaram Jó em longos falatórios. O homem estava sofrendo e os homens vieram colocar a culpa na vítima.
Na verdade, os amigos de Jó estavam tão atônitos quanto ele. Em vez de apenas ficarem com ele, puseram-se a falar...falar...falar.
No fim, tiveram que ouvir uma repreensão do próprio Deus “...o SENHOR disse também a Elifaz, o temanita: A minha ira se acendeu contra ti e contra os teus dois amigos; porque não dissestes de mim o que era reto, como o meu servo Jó.” (Jó 42.7).
Os amigos
Se o poder político tornou inimigos Davi e Saul, a amizade uniu Davi e Jônatas, filho de Saul. A história dos dois é lindíssima. Veja 1º Samuel 18.1-6; 19.1-11; 20; 2º Samuel 1. Com a história da amizade entre Davi e Jônatas, podemos aprender muitas coisas. Vamos apresentar algumas delas na esperança de que você procure na Bíblia a confirmação.
1) Os amigos têm prazer em estar juntos. Devido à oposição injusta da família de Jônatas, eles tiveram que bolar esquemas para poderem se encontrar. Jônatas sabia que o julgamento que Saul fazia de Davi era completamente errado. Por isto, continuava seu amigo e buscava estar com ele.
2) Os amigos se arriscam pelos amigos, quando estão sendo injustiçados. A amizade de Davi e Jônatas era perigosa para os dois. Assim mesmo, eles se arriscaram para preservar a amizade e para impedir que algum mal sucedesse ao outro. Os amigos, por tanto, não visam a defender os interesses próprios, mas os do seu amigo. Sem qualquer interesse.
3. Os amigos são generosos. Houve um momento, como selo de amizade, que Jônatas tirou sua capa e a deu a Davi; retirou sua armadura e a passou para Davi; pegou sua espada, seu arco e seu cinto e os entregou a Davi. A generosidade deve ser sempre uma marca da amizade. A amizade de Davi foi tamanha que chegou a protegeu os descendentes do amigo depois que este morreu.
4) Os amigos procuram superar as dificuldades do relacionamento. Davi e Jônatas foram amigos em tempo de guerra. Depois que Davi saiu da casa do rei, pouco se encontraram. As circunstâncias, no entanto, não puseram fim à amizade dos dois.
Não esqueça
Rute, quando ficou viúva, disse uma coisa muito bonita, que define bem o que é o sentimento da amizade. Sua sogra, Noemi, mandou-a ir embora. Ela respondeu: "Não insistas comigo que te deixe e que não mais te acompanhe. Aonde fores irei, onde ficares ficarei! O teu povo será o meu povo e o teu Deus será o meu Deus! Onde morreres morrerei, e ali serei sepultada. Que o Senhor me castigue com todo o rigor, se outra coisa que não a morte me separar de ti!" (Rt. 1:16-17-NVI).

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