sábado, 12 de maio de 2012

A VERDADEIRA ALEGRIA


A verdadeira alegria
Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. (Gl. 5:22-23)
Verdadeira alegria é mais do que bom humor; é atitude de vida; é um estilo. Fruto é resultado, conseqüência. Uma árvore boa produz bons frutos. O bom fruto tem características que determinam sua boa qualidade. O fruto do Espírito possui características que o identificam. Essas características estão claras em Gálatas 5:22-23. Começaremos com a verdadeira alegria, privilégio daqueles que tiveram suas vidas transformadas pelo encontro com Jesus.
Gálatas 5:16 é um desafio: "Andai pelo Espírito..." No versículo 22, do mesmo capítulo, lemos: "Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria..." A verdadeira alegria, é uma das qualidades do fruto do Espírito. É uma característica que nós, pessoas transformadas, precisamos ter. Não há crente com todos os dons, nem crente sem dom algum. Com o fruto do Espírito é diferente. Ele é um só, com diversas características.
Fruto é resultado e o crente que apresenta este resultado em sua vida é alegre. Uma alegria diferente daquela que manifesta a pessoa que é só bem-humorada.
Uma alegria que vem de Jesus, que se mantém, mesmo nas situações mais adversas; é uma alegria que resulta de um posicionamento posi­tivo diante da vida. Mas não é só isso. Essa alegria é resul­tado direto da experiência de conversão. Quem não aceitou Jesus como Senhor e Salvador não pode tê-la. Os resultados da entrada de Jesus em nossas vidas são notáveis; começamos a perceber coisas que sempre estiveram à nossa frente e jamais notamos.
Os esquimós vivem em meio à bran­cura da neve por toda a vida; conse­guem discernir os vários matizes de branco, onde nós, com nossos olhos destreinados, só veríamos uma única cor. Jesus em nossos corações nos dá olhos de esquimó. O Espírito nos capa­cita a discernir o certo do errado. Ao mesmo tempo que nos sentimos tristes pelos muitos erros que cometíamos - é esse sentimento que nos leva ao arre­pendimento, sentimos também uma grande alegria pela capacidade recebida do Espírito, de podermos reverter esse processo. Mais ainda. Somos agora capazes de anunciar a outros que a ignorância deles pode ser deixada para trás. Alegria verdadeira é poder adquirir sabedoria proveniente do alto e deixar para trás a ignorância que oprime.
O crente que demonstra essa verda­deira alegria é bênção para si mesmo e para os outros. Todos querem estar juntos de pessoas positivas, que têm algo relevante para transmitir. A alegria funciona como um imã, atraindo para seus possuidores a atenção de todos. O crente portador da verdadeira alegria não vive ditando regras, está sempre pronto a compartilhar a razão de sua alegria. Não é nem lamuriento nem alienado. Tem o senso crítico que lhe foi dado pelo Espírito e desen­volvido nas horas dedicadas ao estudo da Palavra de Deus e à prática da oração.
Verdadeira alegria é mais do que bom humor; é atitude de vida; é um estilo.
O mundo tem encarado a vida amargamente. Mas temos a opção de sermos como Jesus Cristo. É de nosso otimismo e entusiasmo que depende até mesmo nosso país. Iluminemos o mundo com nosso brilho.
Há igrejas apresentando as dou­trinas mais esquisitas. Afir­mam que crente fiel não pode passar por dificuldades; que, como filhos do Rei, somos príncipes; e prín­cipe que se preza leva vida mansa. A ideia é muito atraente mas é uma distorção do ensino bíblico. Grandes servos de Deus do passado não tiveram vida tão suave como exigem para nós esses pregadores do “mar-de-rosas” eterno. Homens como Estêvão (escolhido pri­meiramente para cuidar dos aspectos práticos do serviço da igreja - Atos 6:1-7; cheio do Espírito Santo - (Atos 6:6); João Batista (de quem Jesus disse ser o maior dos homens do passado - Mateus 11:11) e Paulo (perseguido, preso e possivelmente morto por causa do evangelho) deram suas vidas por Jesus e não usufruíram de conforto, nem viveram isentos de problemas, muito pelo contrário. As igrejas que hoje adotam a teologia da prosperidade andam superlotadas, o povo crédulo corre atrás de vida fácil. Não sejamos tão rigorosos com esse povo sofrido. São pessoas ansiosas por uma mensagem de paz e de amor que creem nas mentiras que prometem o céu aqui na terra.
Mas voltemos ao texto de Gálatas 5:22-23. Se você leu com atenção percebeu que o apóstolo Paulo em nenhum momento afirma que uma das características do fruto do Espírito é a inatingibilidade do crente. Ao contrário, examinando o texto descobrimos que todas as características do fruto do Espírito remetem ao serviço que o crente pode prestar. No final de tudo podemos concluir que o papel do crente, fundamentalmente, é servir.
O amor cristão (ágape), significa uma benevolência invencível. Nada que nos façam pode nos impedir de buscar o melhor, para aquele que nos quer prejudicar. É um sentimento da mente e do coração, ligado à vontade e às emoções. O termo descreve esforço deliberado - que só podemos realizar com a ajuda de Deus - de não buscar jamais outra coisa que o melhor, mesmo para aqueles que buscam o pior para nós.
É esse amor que nós, crentes, precisamos viver e anunciar. O ensino de Jesus é claro. Só nos resta praticá-lo. Um crente é um pecador que é amado por Deus. Quando reconhece este fato, entra na esfera do amor de Deus. Ele mesmo se torna amoroso. Logo, em Paulo também o amor a Deus e o amor ao próximo se derivam do próprio amor de Deus. O reconhecimento do amor de Deus por nós, a conscientização de que ele permitiu a morte do próprio filho para nos resgatar, nos impele à ação amorosa. O exercício do amor com nossos semelhantes nos faz pessoas menos egoístas e mais desprendidas. Tendemos a amar somente quando correspondidos, e, com o passar dos anos, tornamo-nos ainda mais cuidadosos com relação a esse sentimento, resguardando-nos à medida que já sofremos por ele. Um amor que não exige recompensas, mas é exigência de Deus para nós. "Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros " (Jo 13:34).
Gálatas 5:22: "Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade," Neste versículo vemos os aspectos práticos de três destas características do fruto do Espírito: benignidade, bondade e fidelidade.
Benignidade é amor em ação. Pode ser expressa com a palavra ternura. O jugo de Cristo é chamado chrestos que é a nossa palavra benignidade.
A delicadeza, ou a gentileza, é proce­dimento desejável em qualquer ser humano; num crente, é obrigatório. Podemos definir a delicadeza como a conduta do amor. Quem ama se conduz com delicadeza. Ninguém trata a namo­rada, ou o namorado, com brutalidade. De carinho todos gostamos. Há um fruto do Espírito que é o amor. Este amor, contudo, é manifesto em nossas atitudes e ações como alegria, paz, paciência, etc. O crente deve se tornar inspirado, ensinado e guiado pelo amor. A genti­leza é a preocupação com o sentimento e reação do outro.
É impossível andar pelas cidades sem um aperto no coração. Aliás, dois apertos, um de medo de ser assaltado, espancado, assassinado, e outro, que é o que nos interessa no momento de compaixão. A miséria está à flor da pele nas cidades. A bondade, que é outra característica do fruto do Espírito Santo, nos desperta para essa realidade e nos estimula a fazer alguma coisa para tansformá-la.
Bondade é o amor em atos de bene­volência para com os outros. O apóstolo Pedro falou que Jesus andou fazendo o bem entre o povo (At 10:38). Barnabé era um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé (At. 11:24). Se mais cristãos tivessem esta característica do fruto do Espírito Santo, haveria mais pessoas convertidas a Cristo.
A palavra bondade é usada no Novo Testamento para pessoas regeneradas. "Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz (porque o fruto da luz consiste em toda bondade, e justiça, e verdade)" (Ef. 5:8-9). Discípulos de Jesus têm de viver em constante preocupação com as necessi­dades do mundo e precisam encontrar meios de amenizar o sofrimento dos necessitados. Nosso coração deve estar aberto aos anseios dos outros. Assim demonstramos bondade.
Fidelidade não anda muito em moda ultimamente. Nossa sociedade valoriza o descartável. Parceiros são jogados fora como esferográfica usada. Trocados como figurinhas. Considera-se o fiel um bobo. Mas outra das características do fruto do Espírito é a fidelidade. Não é bem a fidelidade dos namorados, mas a gente pode pegar uma carona e lembrar que levar a sério o namoro é dever do crente. O cristão é fiel ao parceiro. Se não começarmos nosso relacionamento (com o namorado ou a namorada) de maneira correta, pelo resto da vida viveremos erradamente. A fidelidade que é fruto do Espírito é a fidelidade a Deus, apesar das dificul­dades.
Creio que todos conhecem a história de José (Gn. 37-50). De favorito de seu pai, a escravo no Egito, vendido por seus próprios irmãos. De empregado de confiança na casa de Potifar, a prisioneiro nas masmorras, caluniado por uma mulher despeitada. De prisioneiro nessas masmorras, a governador no Egito, com seu valor reconhecido pelo faraó. Com todas essas idas e vindas, em nenhum momento José deixou de ser fiel a Deus. Não só José pode ser citado como exemplo de fidelidade nas páginas da Bíblia: Estêvão, Paulo, Jó e muitos outros se mantiveram firmes mesmo com todos os percalços que tiveram de superar. Nós temos um Deus que não nos desampara e é fiel a nós. Em contrapartida, exige de nós fidelidade. "Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida." (Ap. 2:10).
Passando para a prática, demonstremos com atos que somos fiéis a Deus e cremos em suas promessas. Nada mais de reclamações, nada de nos sentirmos diminuídos, nada de nos julgarmos injustiçados.
O não-crente quando observa essas características do fruto do Espírito na vida do crente (benignidade, bondade e fidelidade) percebe que o cristão não é só diferente, porém, que é diferente para melhor. Este é o nosso objetivo maior: atingir aquele que ainda não conhece a Jesus. Passemos, imediatamente, da teoria à prática.
Longanimidade, mansidão e domínio próprio são outras características do fruto do Espírito Santo. Características fundamentais ao bom convívio na comunidade.
Longanimidade é tolerância com paciência sob injustiça infligida por outros. A Bíblia na Linguagem de Hoje, aliás, em lugar de longanimidade escreve paciência, palavra bem mais familiar a todos nós. Longanimidade é a palavra usada para descrever a paciência de Deus, apesar do pecado do homem (Rm. 2:4). Longanimidade é um espírito de perdão sem revidar.
A longanimidade nos leva a perdoar mesmo aqueles que nos fizeram mal (o que não impede de nos casos de crime comum, a justiça ser feita, mesmo tendo sido os criminosos perdoados pelos atingidos e por Deus). Quando consideramos tudo o que fazemos contra Deus e tudo aquilo que ele nos perdoa, começamos a entender um pouco o que seja longanimidade. A leitura da própria Palavra nos esclarece a respeito da necessidade e importância do perdão. Mateus 18:23-35 creio que é suficiente para tornar longânimos aqueles que não são lentos de entendimento.
Na Bíblia na Linguagem de Hoje encontramos humildade, no lugar de mansidão. Humildade é uma das virtudes cristãs mais deturpadas da atualidade.
O crente manso atende as orientações de Deus sem titubear. Faz porque Deus manda, e pronto. Ser manso não é ser fraco. Obedecer é muito mais complicado do que desobe­decer. As orientações de Deus são para ser seguidas e não são difíceis de ser cumpridas (I Jo. 5:3). O crente manso está pronto para obedecer. É humilde e percebe que qualquer relacionamento é oportunidade de aprendizado. Deus sempre nos ensina, mas, nossos corações e mentes devem estar abertos, disponíveis. O crente manso é atencioso, pronto para ouvir, ansioso para servir. A Bíblia diz: "Era o varão Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra." (Nm. 12:3). Moisés era obediente a Deus, sob controle e forte na fé. Devemos nos deixar influenciar por estas características.
O domínio próprio, na vida cristã, produz uma vida positiva, ativa, dirigida e disciplinada. O apóstolo Paulo entendia bem a importância do autocontrole: "Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado" (I Co 9:27). Nada pior para a pregação do evangelho do que um mau testemunho. É horrível quando após uma explosão de mau humor precisamos nos identificar ou somos identificados como crentes. O mal estar é terrível. A reprovação é geral, todos nos olham lastimando nossa conduta. Mas autocontrole não é só na área do mau gênio. O crente tem de subjugar seu corpo em relação ao sexo (em tempos de muitas facilidades o crente deve saber seu limite e ficar bem longe dele), aos vícios (todos eles) e a muitos outros fatores que só prejudicam a comunhão com Deus. O crente tem uma grande responsabilidade e não pode fugir dela. Só devemos fazer aquilo que é vontade de Deus, e perder o controle à toa, decididamente, não é algo que Deus deseja para nós.

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